Domingo dentro da Oitava de Pentecostes: “Eis, diz Simeão, que este menino está posto para ruína e salvação de muitos” (Ev.)



Antes da vinda do Filho de Deus, enviado pelo Pai, para que também recebêssemos a adoção de filhos de Deus, o homem era como um herdeiro na sua menoridade que em nada se distinguia dum escravo. Pelo contrario, agora que a nova lei o emancipou da tutela da antiga, “ele já não é servo mais filho” (Epístola). Desta Maneira o culto dos filhos de Deus resume-se nesta palavra proferida com Jesus : “Pai!” (Epístola)
O Evangelho descobre-nos qual será o grandioso Papel, no Futuro, deste Menino cuja manifestação começar hoje no templo. É o Rei cujo reino penetrará até o interior dos corações. Será para todos a pedra de toque, pedra de escândalo pra os que o rejeitarem, e pedra angular de suporte para os que o recebem.

Só depois da maioridade é que o filho entra na posse da herança a que tem direito. Antes disso depende daqueles que em seu nome administram o patrimônio. Era assim para os Judeus na lei mosaica. Esperavam pelo rico patrimônio da Nova Lei, mas ainda estavam sujeitos aos ritos e prescrições da antiga aliança, espécie de tutela do povo de Deus, enquanto esperavam a herança que lhes fora prometida. Mas essa hora da herança chegou; o Filho de Deus se fez homem para nos libertar da escravidão da Lei e nos tornar filhos de Deus, co-herdeiros do Reino dos Céus. Com os tempos Messiânicos cessa a Lei Mosaica e começa a maioridade do povo de Deus, alcançada por meio do Batismo.

O Velho Simeão e a Profetiza Ana (de mais de oitenta anos de idade), que passavam seus dias no templo dão testemunho de Jesus. Ele é o Messias e a sua vinda implica necessariamente uma separação ou um julgamento. Os Pensamentos secretos de cada homem referentes a Cristo serão revelados no último dia, porque Ele perscrutava os rins e os corações. Condenam-se os que o rejeitam, porque fora Dele, não há Salvação.

Leitura da Epístola de São Paulo aos Gálatas, irmãos: Explico-me: enquanto o herdeiro é menor, em nada difere do escravo, ainda que seja senhor de tudo, mas está sob tutores e administradores, até o tempo determinado por seu pai.. Assim também nós, quando menores, estávamos escravizados pelos rudimentos do mundo. Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!. Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus.



Evangelho do Domingo: Continuação do Santo Evangelho Segundo São Lucas. Naquele Tempo: José e Maria Mãe de Jesus estavam admirados das coisas que dele se diziam. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma. Havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada. Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação. Após terem observado tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, à sua cidade de Nazaré. O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele.

Fonte: (Missal Cotidiano e Vesperal por Dom Gaspar Lefebvre Beneditino da Abadia de Santo Andre – 1950)

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