Cardeal Dom Eugênio fala sobre o Carnaval - Parte II



Ao lado da falta de pudor, há o desrespeito aos sentimentos de milhões de brasileiros. A exploração de objetos sacros, tentativas de inseri-los em um ambiente com características luxuriosas, ferem a índole de tantos brasileiros. Por mais de uma vez, foi necessário a Arquidiocese do Rio de Janeiro apelar à Justiça para fazer respeitar os valores cristãos. Os que pensam diferentemente dos que optam pela liberdade sexual têm o direito, amparados pelas leis, de ver preservado seu modo de vida, de acordo com suas crenças.
Alerto as autoridades competentes, para que haja uma vigilância redobrada. A História de nossa Pátria está profundamente vinculada à Igreja Católica e sua influência na cultura, no modo de viver da população. Essa advertência, que é um apelo ao respeito e a tudo o que se refere a Deus, tem sua razão de ser. Infelizmente, a blasfêmia e o desrespeito não estão ausentes. Posso citar um clube que utiliza, de modo chulo, a divina e adorada Pessoa de Cristo. Usa-o como seu título. Trata-se de uma ditadura dos irresponsáveis.
Os excessos do carnaval atingindo o pudor, os sentimentos cristãos, não constituem um caso isolado no decorrer do ano. Eles são parte da decomposição, da decadência dos costumes por que passa também nosso País. Essa constatação não pode ser usada por qualquer pessoa de bom senso, para justificar sua continuidade ou ampliação neste período do ano. Não há um direito para divulgar e propagar a pornografia. Nem o fato de favorecer o turismo com práticas imorais. O crescimento da riqueza e o desenvolvimento econômico não justificam a desordem moral, destes dias.

Cardeal Dom Eugênio de
Araújo Sales

Arcebispo Emérito do
Rio de Janeiro
Fonte: Arquidiocese do Rio de Janeiro

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