Iº DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES: "Não julgueis, e não sereis julgados" (Ev.)

A missa deste domingo diz se apenas nos dias da semana que não ocorre festa de santos. É toda consagrada a Celebrar o amor imenso com que Deus nos ama, e o dever premente, que daí deriva para nós, de amarmos todos os homens. Notai sobretudo a Epístola e o Evangelho. Em matinas, Santo Agostinho, que sentiu sem dúvidas, como ninguém as exigências e a profundidade do amor divino, diz que Deus se nos deu no seu Filho e no Espírito Santo que é o dom por excelência do altíssimo que todos nós somos mendigos que não cessamos de bater as portas de Deus. "Pede-te o mendigo esmola e tu memso pede a Deus, Que te pede o mendigo? Pão. E que pede tu a Deus? Um pão também? O Filho de Deus que disse: Eu sou o pão vivo que dá a vida. Sentamo-nos as portas deste alto e poderoso Senhor, que é Deus e pedimo-lhe a esmola, que é ele mesmo." As lições de matinas desta semana são tiradas do livro dos Reis que abre com a história de Ana, a mulher estéril que prometeu consagrar seu filho a Deus assim que ele mesmo o desse. E Deus ouviu-a e e deu-lhe Samuel, que foi consagrado desde o berço ao serviço do Senhor.
Profeta Samuel

Epístola do Domingo:

Leitura da Epístola de São João Apóstolo (I João 4,8-21) - Caríssimos: Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados.
Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós nos devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito. Nisto é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o seu Espírito. E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo. Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. Nisto é perfeito em nós o amor: que tenhamos confiança no dia do julgamento, pois, como ele é, assim também nós o somos neste mundo. No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão.

Jesus o Pão da Vida

Evangelho do Domingo:

Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (6, 36-42) - Naquele tempo: Disse Jesus a Seus Dicípulos: Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também. Propôs-lhes também esta comparação: Pode acaso um cego guiar outro cego? Não cairão ambos na cova? O discípulo não é superior ao mestre; mas todo discípulo perfeito será como o seu mestre. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Deixa-me, irmão, tirar de teu olho o argueiro, quando tu não vês a trave no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e depois enxergarás para tirar o argueiro do olho de
teu irmão.





Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960.

Comentários

POSTAGENS MAIS ANTIGAS