Catecismo Romano: "Creio no Espírito Santo" (Parte II)
Ninguém deve estranhar que a terceira Pessoa da Santíssima
Trindade receba um nome próprio, como foi dado a Primeira e a Segunda Pessoa.
A razão de não haver nome próprio para a Pessoa do Espírito Santo é porque somos obrigados a tirar das coisas criadas os nomes que se atribuem a Deus. Ora, nelas não conhecemos outra maneira de comunicar natureza e essência, senão que se opera em virtude da geração. Daí nos faltam as propriedades de nos exprimir, em termo adequado, como Deus se comunica inteiramente a si próprio pela força do amor. Este é o motivo de chamarmos a Terceira Pessoa pelo nome comum de "Espírito Santo".
Tem nome próprio a Segunda pessoas, e chama-se filho, porque
sua eterna origem do Pai se diz propriamente "geração". Isto foi
explicado nas postagens anteriores. Por conseguinte, como aquela origem é
designada pelo nome de geração, assim damos o nome próprio de Filho à pessoa
que descende, e o de Pai a pessoa dal qual descende.
Como não se pôs designação particular a origem da Terceira
Pessoa, vaio a ser chamar sopro ou possessão, segue-se que a pessoa produzida
não leva nome próprio.
A razão de não haver nome próprio para a Pessoa do Espírito Santo é porque somos obrigados a tirar das coisas criadas os nomes que se atribuem a Deus. Ora, nelas não conhecemos outra maneira de comunicar natureza e essência, senão que se opera em virtude da geração. Daí nos faltam as propriedades de nos exprimir, em termo adequado, como Deus se comunica inteiramente a si próprio pela força do amor. Este é o motivo de chamarmos a Terceira Pessoa pelo nome comum de "Espírito Santo".
Reconhecemos porém, que o nome lhe vai com a máxima
propriedade; porque é o Espírito Santo que nos infunde a vida espiritual, e,
sem o sopro de seu poder santíssimo, nada logramos fazer que seja digno da vida
eterna.
Dada a explicação do nome, deve os fiéis entender, em
primeiro lugar, que o Espírito Santo é Deus, como o Pai e o Filho, igual a
eles, da mesma onipotência, da mesma eternidade, de suma bondade, de infinita
sabedoria, da mesma natureza que a do Pai e do Filho.
Esta igualdade é bem expressa pela partícula "em",
quando dizemos: "Creio no Espírito Santo". Colocamo-la junto ao nome
de cada pessoa da Santíssima Trindade para exprimir a extensão de nossa fé.
Ora, esta doutrina é corroborada por evidentes testemunhos
da Sagrada Escritura. São Pedro disse, nos Atos dos Apóstolos: "Ananias,
por que tentou Satanás teu coração para mentires ao Espírito Santo?" - e
logo acrescentou: "Não mentistes aos homens, mas a Deus" (Atos 5,
3-4). Sem demora designou, como Deus, Aquele que antes chamara "Espírito
Santo".
Na Epístola aos Coríntios, o Apóstolo referia-se ao Espírito
Santo, quando falou Daquele que era Deus. "Há diversas operações, diz ele,
mas é o mesmo Deus que tudo opera em todos". E pouco depois acrescentou:
"Mas todas estas coisas são obras de um só e mesmo Espírito Santo, que as
reparte a cada um, como é de seu agrado"(1Cor 12,6-11).
De mais a mais, nos Atos dos Apóstolos, atribui ao Espírito
Santo o que os Profetas atribuíam unicamente a Deus.
Isaías havia declarado: "Ouvi a voz do Senhor que
dizia: Quem hei de enviar? E falou-me: Vai, e dirás a este povo: Obceca o
coração deste povo, endureceu-lhe os ouvidos, e cerra-lhe os olhos, para que
não aconteça verem com os próprios olhos, e ouvirem com os próprios
ouvidos".(Isa 6,8; 6,10).
Depois de citar estas palavras, o Apóstolo comenta:
"Bem falou o Espírito Santo pela boca do profeta Isaías"(Atos 28,25).
Não há como duvidar da verdade deste mistério, já que a
Escritura põe na mesma a pessoa do Espírito Santo com o Pai e o Filho, ordena
por exemplo, empregar no Batismo o nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo
(Mt 28,19). Realmente, se o Pai é Deus, e o Filho é Deus, somos obrigados a
confessar que o Espírito Santo Também é Deus, pois, que lhes fica ligado pelo
mesmo grau de dignidade.
Uma prova a mais é que nenhum fruto se pode tirar do Batismo
conferido em nome de um criatura. "Porventura fostes vós batizados em nome
de Paulo?" (1Cor 1,13) pergunta o Apóstolo, a fim de mostrar que tal
batismo de nada lhes adiantaria para a salvação. Portanto, uma vez que os
batizados em nome do Espírito Santo, cumpre confessar que Ele é Deus.
(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - 1962 - Ed. Vozes)
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