III Domingo Depois da Epifania. “Dizei uma só palavra e meu servo será Curado” (Ev.)
Estes quatros domingos têm todos os mesmo intróitos,
Gradual, Aleluia, Ofertório e Comunhão, e referem-se a todos igualmente a realeza
de Cristo. Os dois milagres referidos no Evangelho de hoje tem ambos a mesma
significação. O Primeiro é a cura de um leproso judeu. E Nosso Senhor quer que
os príncipes dos sacerdotes constatem oficialmente o prodígio. O segundo é o do
Centurião, dum pagão, que humildemente confessa sua indignidade e a sua fé.
Todos os povos são convidados pois a tomar parte na herança do reino e no
banquete da glória, em que a própria divindade será o pão de nossa alma. Filhos
do reino de Deus, renovemos nossa fé na divindade de Cristo e proclamemo-la com
atos de virtude e daquela caridade que constitui o grande mandamento e que São
Paulo nos recorda na Epístola de hoje. “A graça na fé em Jesus diz Santo
Agostinho, opera a caridade”. Que nada nos separe desta caridade, e que ela
produza na nossa alma sentimentos de paz e de amor para com todos os homens.
Leitura da Epístola
de São Paulo aos Romanos: Irmãos: Vivei em boa harmonia uns com os outros.
Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas
modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos. Não pagueis a ninguém o
mal com o mal. Aplicai-vos a fazer o bem diante de todos os homens. Se for
possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens. Não vos
vingueis uns aos outros, caríssimos, mas deixai agir a ira de Deus, porque está
escrito: A mim a vingança; a mim exercer a justiça, diz o Senhor (Dt 32,35). Se
o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber.
Procedendo assim, amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça (Pr 25,21s).
Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem.
Continuação do Santo
Evangelho segundo São Mateus. Naquele Tempo: Tendo Jesus descido da
montanha, uma grande multidão o seguiu. Eis que um leproso aproximou-se e
prostrou-se diante dele, dizendo: Senhor, se queres, podes curar-me. Jesus
estendeu a mão, tocou-o e disse: Eu quero, sê curado. No mesmo instante, a
lepra desapareceu. Jesus então lhe disse: Vê que não o digas a ninguém. Vai,
porém, mostrar-te ao sacerdote e oferece o dom prescrito por Moisés em
testemunho de tua cura. Entrou Jesus em Cafarnaum. Um
centurião veio a ele e lhe fez esta súplica: Senhor, meu servo está em casa, de
cama, paralítico, e sofre muito. Disse-lhe Jesus: Eu irei e o curarei. Respondeu
o centurião: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma
só palavra e meu servo será curado. Pois eu também sou um subordinado e tenho
soldados às minhas ordens. Eu digo a um: Vai, e ele vai; a outro: Vem, e ele
vem; e a meu servo: Faze isto, e ele o faz... Ouvindo isto, cheio de admiração,
disse Jesus aos presentes: Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em
ninguém de Israel. Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do
Ocidente e se assentarão no Reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó, enquanto
os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e
ranger de dentes. Depois, dirigindo-se ao centurião, disse: Vai, seja-te feito
conforme a tua fé. Na mesma hora o servo ficou curado.
Fonte: (Missal Cotidiano e Vesperal por Dom Gaspar Lefebvre Beneditino
da Abadia de Santo Andre – 1950)
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