Liturgia Católica II: COMPOSIÇÕES LITÚRGICAS EM VERSOS


Composições em versos são os salmos, hinos e cânticos. (Col 3, 16.) Segundo a opinião de vários s. padres a diferença entre os salmos e cânticos é só exterior: os salmos eram cantados com acompanhamento de instrumentos de música, os cânticos sem êles. (Vigouroux, D. Bibl.) Para o breviário, a diferença consiste em que os salmos são tirados do saltério, os cânticos da escritura sagrada fora do saltério, os hinos são de autores não inspirados.

I. Os salmos. São os 150 cantos do livro dos Salmos do antigo testamento, e desde os tempos apostólicos usados na Liturgia cristã.

1. Na missa (rito tridentino) entram só os salmos: ludica me, e uma parte do sl. 25: Lavabo. Os salmos do intróito, ofertório, gradual, trato e comunhão foram reduzidos a uns versículos. 

2. No ofício divino são hoje como sempre o centro, em redor do qual tudo está agrupado. A distribuição dos salmos pelos vários dias tem divergido muito; uns recitavam todos os dias todos os salmos, outros distribuíam-nos em dois dias. No rito ambrosiano estão distribuídos em duas semanas; no rito romano, a exemplo de S. Bento, numa semana.

3. Nos sacramentais são empregados em número maior: na consagração de igreja, de altar, na bênção de cemitério. Outrossim se recitam nas procissões, no exorcismo.

96. II. Cânticos. São cantos bíblicos no ofício divino, extraídos da sagrada escritura. Na Liturgia romana um deles, o canto dos três jovens na fornalha ardente, faz parte da missa nos sábados das quatro têmporas. Os três cânticos do novo testamento: Magnificat (Lc 1, 46), Benedictus (Lc 1, 68), Nunc dimittis (Lc 2, 29) receberam lugar de destaque no fim das laudes, vésperas e completas. Os do antigo testamento são equiparados aos salmos
e têm nas laudes o 4.° lugar.

III. Hinos. 1. Etimologia. Deriva-se da palavra grega ymnos = canto de louvor. Designa, em sentido lato qualquer canto de louvor, de ação de graças, de petição, seja em versos seja em prosa, p. ex., Te Deum, Gloria, Sanctus, salmos, cânticos; no sentido restrito, os cantos do ofício divino. 

2. História. No Oriente os hinos entraram na Liturgia na segunda metade do século IV; no Ocidente, por influência de S. Ambrósio e S. Bento. Em Roma foram recebidos só no Século XIII.

3. Uso. Nenhum hino é recitado nas matinas da festa (la epifania, nos três últimos dias da semana santa, na festa da páscoa com a oitava, nem no ofício dos defuntos. Todos os outros ofícios em cada hora têm um hino: em mafinas e horas menores antes dos salmos, nas outras depois dos salmos.

Fonte: Curso de Liturgia - 2ª Edição - Pe. João Batista Reus, S. J. - Ed Vozes Limitada - Petrópolis - Rj 1944

Comentários

POSTAGENS MAIS ANTIGAS