Sexta-feira da Cruz de Nosso Senhor: Do amor do Eterno Pai dando-nos o seu Filho


3. Quem, a não ser um Deus de infinito amor, poderia nos amar a tal ponto? S. Paulo escreve: “Mas Deus, que é rico em misericórdia, pela excessiva caridade com que nos amou, nos vivificou em Cristo quando estávamos mortos pelo pecado” (Ef 2,4). Chama o Apóstolo amor excessivo esse amor que Deus nos demonstrou, dando aos homens, por meio da morte de seu Filho, a vida da graça que haviam perdido por seus pecados. Para Deus, porém, não foi excessivo esse amor, pois que Deus é o mesmo amor: “Deus é amor” (1Jo 4,16). Diz S. João que nisso quis Deus fazer-nos ver até aonde chegava a grandeza do amor de um Deus para conosco, enviando seu Filho ao mundo para obter-nos com sua morte o perdão e a vida eterna (1Jo 4,9). Estávamos mortos à graça pelo pecado, e Jesus com sua morte os  restituiu a vida. Estávamos na miséria disformes e abomináveis, mas Deus, por meio de Jesus Cristo, tornou-nos belos e caros aos seus olhos divinos. Escreve o Apóstolo: “Ele nos fez agradáveis a si no seu amado Filho” (Ef 1,6). O texto grego diz: fez-nos graciosos. Por isso S. João Crisóstomo ajunta que, se houvesse um pobre leproso todo dilacerado e disforme, e alguém o curasse da lepra e o tornasse belo e rico, qual não seria a sua obrigação para com esse benfeitor? ora, imensamente maior é a nossa dívida para com Deus, pois sendo nossas
almas disformes digno as de ódio pelas culpas cometidas, ele por meio de Jesus Cristo não só as livrou dos pecados como também as tornou mais belas e amáveis. “Abençoou-nos com toda a bênção espiritual em bens celestes, em Cristo” (Ef 1,3). Cornélio a Lápide comenta esta passagem: “Gratificou-nos com todos os bens espirituais”. A bênção de Deus é gratificar ou fazer bem e o Padre eterno, dando-nos Jesus Cristo, cumulou-nos de todos os bens, não terrenos para o corpo, mas espirituais para a alma. Em bens celestes, “dandonos com seu Filho uma vida celeste neste mundo, e no outro uma glória celeste”. 

Abençoai-me, pois, fazei-me bem, ó Deus amantíssimo, e que esse benefício seja atrair-me inteiramente ao vosso amor: “Atraí-me pelos laços de vosso amor”. Fazei que o amor que me consagrastes me arrebate em amor pela vossa bondade. Vós mereceis um amor infinito: eu vos amo com o amor de que sou capaz, amo-vos sobre todas as coisas, amo-vos mais do que a mim mesmo. Consagro-vos toda a minha vontade e esta é a graça que vos peço: fazei que de hoje em diante eu viva e faça tudo segundo a vossa vontade, visto que nada mais quereis que o meu bem e minha salvação eterna.

V. Senhor, não nos trateis segundo os nossos pecados.
R. Nem nos castigueis segundo as nossas iniquidades.

Para um Bom Católico a sexta-feira é dia de Penitência e dia de meditar sobre a paixão do Senhor!

Para os mundanos dia de ignorar o Senhor em sua Cruz e agonia.
Fonte: A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo - Piedosas e edificantes meditações - sobre os sofrimentos de Jesus - Por Sto. Afonso Maria de Ligõrio - Traduzidas pelo Pe. José Lopes Ferreira, C.Ss.R. - VOLUME I

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