SEGUNDA-FEIRA SANTA (SEMANA SANTA)


A Igreja convida a reviver, em espírito, os últimos dias de vida do Divino Mestre, e os sentimentos que o animaram ao aproximar-se da Paixão.

Na Epístola, Isaías descreve as obediências e o trabalho do Salvador e anuncia a vitória que lhe pertence, por ter posto em Deus a sua confiança. O evangelho refere no episódio da ceia em casa de Simão o leproso e como já o demônio se apossara da alma de Judas, que se irrita com a ação generosa de Santa Maria Madalena. O Senhor, via aproximar a Paixão e, na censura que dirigiu a Judas, deu a entender a irmã de Lázaro que seria aquela a última vez que tocaria no seu corpo mortal. As reclamações indignadas de Judas já nos afazem temer o crime horroroso que prepara. No entanto, a sentença de Lázaro ressuscitado enche-nos de esperança, instila-nos na alma o presságio confirmante duma grande vitória. A oração sobre o povo diz-nos com que alegria devemos viver os mistérios da Paixão do Salvador, o aniversário do nosso resgate e uma nova aplicação dos benefícios da Redenção.

Epístola

Leitura do profeta Isaías (50, 5-10) Naqueles dias: O Senhor Deus abriu-me o ouvido e eu não relutei, não me esquivei. Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros. Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser desapontado. Aquele que me fará justiça aí está. Quem ousará atacar-me? Vamos medir-nos! Quem será meu adversário? Que se apresente! O Senhor Deus vem em meu auxílio: quem ousaria condenar-me? Cairão em frangalhos como um manto velho; a traça os roerá. Que aqueles dentre vós que temem o Senhor ouçam a voz de seu Servo! Que aqueles que caminham no escuro, privados de luz, confiem no nome do Senhor e contem com o seu Deus!

Evangelho do dia:

Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (12, 1-9) : Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus a Betânia, onde vivia Lázaro, que ele ressuscitara. Deram ali uma ceia em sua honra. Marta servia e Lázaro era um dos convivas. Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse: Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres? Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam. Jesus disse: Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura. Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis. Uma grande multidão de judeus veio a saber que Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus, mas ainda para ver Lázaro, que ele ressuscitara. Mas os príncipes dos sacerdotes resolveram tirar a vida também a Lázaro, porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus. No dia seguinte, uma grande multidão que tinha vindo à festa em Jerusalém ouviu dizer que Jesus se ia aproximando.

Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960.

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