Sexta-feira da Cruz de Nosso Senhor: SETAS DE FOGO OU PROVAS QUE JESUS CRISTO NOS DEU DE SEU AMOR NA OBRA DA REDENÇÃO


Quem considera o amor imenso que Jesus Cristo nos demonstrou na sua vida e particularmente na sua morte, sofrendo tantos tormentos por nossa salvação, não poderá deixar de sentir-se ferido e obrigado a amar um Deus tão apaixonado por nossas almas. S. Boaventura diz que as chagas de nosso Redentor comovem os corações mais duros e inflamam em amor as almas mais frias. Consideremos por isso, nesta breve resenha do amor de Jesus Cristo, segundo o testemunho das sagradas escrituras, o quanto fez nosso amoroso Redentor para dar-nos a entender o amor que nos tem e obrigar-nos a amá-lo.

1. “Amou-nos e entregou-se a si mesmo por nós” (Ef 5,2). Tinha Deus feito tantos favores aos homens para ganhar-lhes o amor, mas os ingratos não somente não o amavam, mas nem mesmo queriam conhecê-lo por seu Senhor. Apenas num recanto da Judéia era ele reconhecido como Deus pelo povo eleito: este, porém, mais o temia do que o amava. Ora, querendo ele ser mais amado do que temido por nós, fez-se homem e escolheu uma vida pobre, atribulada e obscura e uma morte penosa e ignominiosa. E por quê? Para atrair-nos os corações. Se Jesus Cristo não nos tivesse remido, não seria menos
feliz e poderoso do que sempre o foi: quis, porém, procurar-nos a salvação com tantos suores e penas como se a sua felicidade dependesse da nossa. Poderia remir-nos sem sofrer, mas quis livrar-nos da morte eterna com sua própria morte, e podendo salvar-nos de mil modos, quis escolher a maneira mais humilde e penosa, morrendo na cruz de pura dor, para conquistar o afeto de nós, vermes ingratos. Pois não foi o amor que nos tem a única causa de seu nascimento tão atribulado e de uma morte tão desolada? Ah, meu Jesus, que o amor que nos fez morrer por mim no Calvário me faça morrer a todos os
afetos mundanos e me consuma naquele santo fogo que viestes acender na terra. Maldigo mil vezes os indignos prazeres que vos custaram tantas dores. Arrependo-me, meu caro Redentor, de toda a minha alma, de todas as ofensas que vos fiz. Para o futuro prefiro morrer a dar-vos desgosto e quero fazer quanto puder para agradar-vos. 

Vós em nada vos poupastes por meu amor e eu também em nada quero poupar-me por vosso amor. Vós me amastes sem reserva e eu quero amar-vos também sem reserva. Amo-vos, meu único bem, meu amor, meu tudo.


V. Senhor, não nos trateis segundo os nossos pecados.
R. Nem nos castigueis segundo as nossas iniquidades.

Para um Bom Católico a sexta-feira é dia de Penitência e dia de meditar sobre a paixão do Senhor!
Para os mundanos dia de ignorar o Senhor em sua Cruz e agonia.
Fonte: A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo - Piedosas e edificantes meditações - sobre os sofrimentos de Jesus - Por Sto. Afonso Maria de Ligõrio - Traduzidas pelo Pe. José Lopes Ferreira, C.Ss.R. - VOLUME I

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