Nossa Senhora do Sábado: Nossa Senhora do Álamo

Na região de Abruzzo, centroeste da Itália, encontra-se a província de Terano que abriga a pequenina e encantadora cidade de Canzano. Segundo a tradição, nela surgiu a devoção a Nossa Senhora do Álamo, título este, devido a sua aparição sobre um velho choupo branco.

Tudo aconteceu na distante primavera de 1480. João Floro vivia e trabalhava sozinho na pequena propriedade herdada dos pais, nas proximidades da cidade. Os canzaneses o conheciam como um homem simples, humilde e católico fervoroso, por freqüentar a paróquia todos os domingos.

Em 18 de maio desse ano, Floro seguiu a rotina de sempre, acordou cedo e foi trabalhar no campo. Ao meio dia ainda lidava com o arado puxado por dois bois, quando de repente os animais pararam e se ajoelharam sobre as patas. Por um instante ficou intrigado. Mas ao avistar a imagem de uma magnífica Senhora pairando sobre a copa da velha árvore, também caiu ao chão de joelhos. Então ouviu uma voz dizer: "Eu sou a Rainha do Céu; vá e diga ao povo de Canzano que reze e construa uma igreja em minha homenagem". 

O camponês caminhou rápido até a praça central da cidade, onde anunciou aos habitantes a prodigiosa aparição de Nossa Senhora e transmitiu seus pedidos. Porém, ninguém lhe deu crédito, foi até ridicularizado. Assim, voltou para casa, cabisbaixo. 

A aparição se repetiu no dia seguinte, 19 de maio, à mesma hora e local. Emocionado Floro não conteve as lágrimas e com voz trêmula contou à divina Mãe sobre a incredulidade dos canzaneses. Ela desapareceu sem dizer uma palavra. 

No outro dia, 20 de maio, Maria voltou a fim de instruir e se despedir do fiel devoto. Floro retornou ao centro da cidade e narrou ao povo os novos eventos prodigiosos reiterando os pedidos da Santa Virgem. A população reagiu divertida ao vê-lo montar seu cavalo e pedir que o seguisse, pois, segundo orientação de Nossa Senhora, o animal indicaria o local escolhido para a construção da igreja. 

Um nobre fidalgo presente decidiu dar um basta às "alucinações" do humilde lavrador. Assim, o desafiou a montar um cavalo arisco e ainda indomado de sua propriedade, que logo aceitou. Floro então surpreendeu a todos ao sair montado no animal em pêlo, que o conduzia mansamente. A multidão percebeu que tudo poderia ser verdade e passou a segui-lo. À certa altura, o cavalo parou docilmente e curvou a cabeça até o chão, depois andou formando um grande círculo. Diante do prodígio, o povo teve certeza das aparições da Virgem e cheio de fé atendeu seus pedidos. 

Os canzanenses ergueram duas igrejas em honra à Virgem Maria, cultuada com o título de Nossa Senhora do Álamo. Antes construíram uma pequena, também chamada: "igrejinha do perdão", ao lado do velho arvoredo de choupo branco, onde se deram as aparições. A devoção se fortaleceu ao longo dos séculos no coração dos fieis. Em 1610, devido às inúmeras graças alcançadas e os prodígios presenciados por multidões, os canzaneses iniciaram a construção do atual santuário, situado no local do popular "milagre do cavalo", segundo a tradição. 

Ainda hoje, a celebração de Nossa Senhora do Álamo imprime um sentimento de devoção muito forte. A festa anual começa com a novena da aparição, em 09 de maio. O ápice é a procissão do translado da imagem coroada do santuário para a "igrejinha do perdão" no dia 18. As comemorações seguem até o dia 20, quando outra procissão se forma no regresso do quadro milagroso ao santuário.


Fonte: Paulinas

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