Teologia Ascética e Mística: Condições tiradas do sujeito em si mesmo.
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| Santa Mônica |
Essas condições tiram-se evidentemente das diversas causas que concorrem para a produção dos atos meritórios: por conseguinte, de Deus e de nós mesmo. Com a liberdade de Deus, sempre magnífico em seus dons, podemos contar absolutamente. A nossa atenção deve, pois, convergir principalmente para as nossas disposições; vejamos o que as pode tornar melhores, tanto da parte do sujeito que merece, como da parte do ato meritório em si mesmo.
I - Condições tiradas do sujeito em si mesmo.
Quando são as principais condições que contribuem para o aumento dos nossos méritos: - o nosso grau de graça habitual ou de caridade; - a nossa união em Jesus Cristo; - a nossa pureza de intenção; - o nosso fervor.
a) O nosso grau de graça santificante: Para merecer em sentido próprio, é necessário viver em estado de graça, por conseguinte, quanto mais graça habitual possuímos, tanto mais, em igualdade de circunstâncias, somos aptos a merecer. É certo que alguns teólogos o negaram sob pretexto que a esta quantidade de graça nem sempre exercem influxo sobre os nossos atos, para os tornar melhores, e que há almas santas que por vezes operam com negligência e imperfeição. Mas a doutrina comum é a que nós mantemos.
E com efeito, o valor de um ato, ainda mesmo entre os homens, depende em grande parte da dignidade da pessoa que opera e do seu crédito perante aquele que a deve recompensar. Ora, o que faz a dignidade do cristão e lhe dá crédito sobre o coração de Deus, é o grau de graça ou de vida divina a que é elevado; é por isso que os santos do céu ou da terra possuem tão grande poder de intercessão. Se há, pois, em nós um grau de graça mais elevado, aos olhos de Deus valemos mais que os que tem menos, agradamos-lhe mais; por este motivo as nossas ações são mais nobres, mais agradáveis a Deus, e por isso mesmo mais meritórias.
2) Por outro lado, este grau de graça terá, geralmente sobre a perfeição dos nossos atos influência benéfica. Vivendo vida sobrenatural mais abundante, amando a Deus com amor mais perfeito, somo levados a fazer melhor as nossas ações, a por nelas mais caridades a ser mais generosos em nossos sacrifícios; ora estas disposições são todos concordes em afirmar que aumentam certamente os nossos méritos. Não se diga, pois, que as vezes sucede o contrário; isso é exceção, não regra geral, se nós tivermos em consideração esse fato, acrescentando: em igualdade de circunstâncias.
E como é consoladora esta doutrina! Multiplicando os nossos atos meritórios, aumentamos cada dia o capital da graça; este capital, por seu turno, permite-nos praticar com mais amor as nossas obras, e esta com isto aumentam o valor, para acrescentarem a nossas vida sobrenatural: "Qui justus est, justificetur adhuc".
(Fonte: Compêndio de Teologia e Ascética e Mística [pag 148]- AD. Tanquerey - 1961)
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