Christus factus est pro nobis obediéns usque ad mortem, mortem autem crucis: propter quod et Deus exaltávit illum, et dedit illi nomen...

Foi exatamente ao Meio dia (12 h) da Sexta-Feira Santa...











Christus factus est pro nobis obediéns usque ad mortem, mortem autem crucis: propter quod et Deus exaltávit illum, et dedit illi nomen...

... Vós renegastes o Santo e o Justo... Matastes o Príncipe da vida... (At 3, 14-15)

O GÓLGOTHA

Jesus, querendo purificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora das portas. Saiamos, pois, a ele fora da entrada, levando a sua ignomínia. (Heb 13, 12-13)

Conduziram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do crânio. (Mc 15, 22)

DIVIDEM AS SUAS VESTES

... Repartiram as suas vestes, tirando a sorte sobre elas... (Mc 15, 24)

Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será. Assim se cumpria a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica (Sl 21,19). Isso fizeram os soldados. (Jo 19, 23-24)


O MOTIVO DA CONDENAÇÃO

“Sou EU, quem ME sagrei um REI, em Sião, Minha montanha santa...” (Sal 2, 6)

Por cima de sua cabeça pendia esta inscrição: Este é o rei dos judeus. (Lc 23, 38)

Pilatos redigiu também uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: Jesus de Nazaré, rei dos judeus. Muitos dos judeus leram essa inscrição, porque Jesus foi crucificado perto da cidade e a inscrição era redigida em hebraico, em latim e em grego. Os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, mas sim: Este homem disse ser o rei dos judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi. (Jo 19, 19-22)


JESUS É PREGADO NA CRUZ E CONTADO ENTRE OS MALFEITORES

“... Traspassaram minhas mãos e meus pés: poderia contar todos os meus ossos....” (Sal 21, 17-18)

“Que ferimentos são esses em tuas mãos? São ferimentos que recebi na casa de meus amigos”... (Zac 13, 6)

“... Gólgotha. Ali o crucificaram...” (Jo 19, 18)

Crucificaram com ele dois bandidos: um à sua direita e outro à esquerda. [Cumpriu-se assim a passagem da Escritura que diz: Ele foi contado entre os malfeitores (Is 53,12).] (Mc 15, 27-28)


JESUS É ULTRAJADO NA CRUZ

Eu, porém, sou um verme, não sou homem, o opróbrio de todos e a abjeção da plebe. Todos os que me vêem zombam de mim; dizem, meneando a cabeça: Esperou no Senhor, pois que ele o livre, que o salve, se o ama. (Sal 21, 7-9)

...Se é rei de Israel, desça agora da cruz e nós creremos nele! (Mt 27, 42)

Os que iam passando injuriavam-no e abanavam a cabeça, dizendo: Olá! Tu que destróis o templo e o reedificas em três dias, salva-te a ti mesmo! Desce da cruz! Desta maneira, escarneciam dele também os sumos sacerdotes e os escribas, dizendo uns para os outros: Salvou a outros e a si mesmo não pode salvar! Que o Cristo, rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos! Também os que haviam sido crucificados com ele o insultavam. (Mc 15, 29-32)


A PRIMEIRA PALAVRA NA CRUZ

“Foi ELE que intercedeu pelos culpados... (Is 53, 12)

E Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. (Lc 23, 34)


A SEGUNDA PALAVRA DE JESUS

“O justo, Meu Servo, justificará a muitos...” (Is 53,11)

“Ainda hoje estarás coMigo no Paraíso” (Lc 23, 43)

Um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele: Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós! Mas o outro o repreendeu: Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício? Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino! Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso. (Lc 23,39-43)

VINHO COM MIRRA E FEL

“Puseram fel no Meu alimento... (Sal 68, 22)

Deram-lhe de beber vinho misturado com fel. Ele provou, mas se recusou a beber. (Mt 27, 34)

Pai Nosso..., Ave Maria..., Glória ao Pai...
Pela sua dolorosa Paixão; tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.
Meu Jesus, perdão e Misericórdia, pelos méritos de Vossas santas Chagas.


            Segundo as Visões de Anna Catharina Emmerich: 


Os carrascos despem Jesus para a crucificação e oferecem-Lhe vinagre.

            Dirigiram-se então quatro carrascos à masmorra subterrânea, situada a setenta passos ao norte; Jesus rezava todo o tempo a Deus, pedindo força e paciência e oferecendo-se mais uma vez em sacrifício expiatório, pelos pecados dos inimigos. Os carrascos arrancaram-nO para fora e, empurrando, batendo e insultando-O, levaram-nO para o suplício. O povo olhava e insultava; os soldados, frios e altivos, mantinham a ordem, dando-se ares de importância; os carrascos, cheios de raiva sanguinária, arrastaram Jesus brutalmente para o largo do suplício.

         Quando as santas mulheres viram Jesus chegar, deram dinheiro a um homem, que o devia levar, junto com vinho aromático, aos carrascos, para que esses o dessem a Jesus a beber. Mas esses criminosos não Lho deram, mas beberam-no depois. Tinham lá dois vasos de cor parda, dos quais um continha vinagre misturado com fel e o outro uma espécie de vinagre, que afirmavam ser vinho, com mirra e absinto; dessa bebida ofereceram um copo pardo, a Jesus, que apenas o provou, tocando-o com os lábios, mas não bebeu.
        
         Estavam no lugar do suplício dezoito carrascos; os seis que O tinham açoitado, quatro que O conduziram, dois que suspenderam a extremidade da cruz pelas cordas e seis que O deviam crucificar. Parte deles estavam ocupados com Jesus, outros com os ladrões, trabalhando e bebendo alternadamente. Eram homens baixos, robustos, sujos e meio nus, de feições estranhas, cabelo eriçado, barba rala: homens abomináveis e bestiais. Serviam a judeus e romanos por dinheiro.

         O aspecto de tudo isso era mais terrível ainda, porque eu vi o mal, em figuras visíveis para mim e invisíveis para os outros. Via grandes e hediondas figuras de demônios, agindo entre todos esses homens cruéis; era como se auxiliassem em tudo, aconselhando, passando as ferramentas; havia inúmeras aparições de figuras pequenas e medonhas, de sapos, serpentes e dragões de muitas garras, vi todas as espécies de insetos venenosos voarem em redor e escurecerem o ar.

         Entravam na boca e no coração dos assistentes ou pousavam-lhes nos ombros; eram homens cujos corações estavam cheios de pensamentos de ódio e maldade ou que proferiam palavras de maldição e escárnio. Acima do Senhor, porém, vi várias vezes, durante a crucifixão, aparecerem grandes figuras angélicas, que choravam e aparições luminosas, nas quais distingui apenas pequenos rostos. Vi aparecer tais Anjos de compaixão e consolo também sobre a Santíssima Virgem e todos os bons, confortando e animando-os.

         Os carrascos tiraram então o manto do Senhor, que lhe tinha antes enrolado em redor do peito; tiraram-Lhe o cinturão, com as cordas e o próprio cinto. Despiram-nO da longa veste de lã branca, passando-a pela cabeça, pois estava aberta no peito, ligada com correias. Depois lhe tiraram a longa faixa estreita, que caia do pescoço sobre os ombros e como não Lhe podiam tirar a túnica sem costuras, por causa da coroa de espinhos, arrancaram-Lhe a coroa da cabeça, reabrindo assim todas as feridas; arregaçando depois a túnica, puxaram-lha, com vis gracejos, pela cabeça ferida e sangrenta.

         Lá estava o Filho do Homem, coberto de sangue, de contusões, de feridas fechadas ou outras ainda sangrentas, de pisaduras e manchas escuras. Estava apenas vestido ainda do curto escapulário de lã sobre o peito e costas e da faixa que cingia os rins. O escapulário de lã aderira às feridas secas e estava colado com sangue na nova ferida profunda, que o peso da cruz Lhe fizera no ombro e que Lhe causava um sofrimento indizível.

         Os carrascos arrancaram-lhe o escapulário impiedosamente do peito e assim ficou Jesus em sangrenta nudez, horrivelmente dilacerado e inchado, coberto de chagas. No ombro e nas costas se Lhe viam os osso, através das feridas e a lã branca do escapulário ainda estava colada em algumas feridas e no sangue ressecado do peito.

         Arrancaram-Lhe então a última faixa de pano da cintura e eis que ficou de todo nu e curvou-se, cheio de confusão e vergonha; e como estava a ponto de cair, sob as mãos dos carrascos, sentaram-nO sobre uma pedra, pondo-Lhe novamente a coroa de espinhos sobre a cabeça e ofereceram-Lhe a beber do outro vaso, que continha vinagre com fel; mas Jesus desviou a cabeça em silêncio.

         Quando, porém, os carrascos O pegaram pelos braços, com que cobria a nudez e O levantaram, para estendê-Lo sobre a cruz, ouviram-se gritos de indignação e descontentamento e os lamentos dos amigos por essa vergonha e ignomínia.

         A Mãe Santíssima suplicou a Deus com ardor; já estava a ponto de tirar o véu da cabeça e, abrindo caminho por entre os carrascos, oferecê-lo ao Divino Filho. Mas Deus ouvira-lhe a oração; pois nesse momento um homem, vindo da porta e correndo todo o caminho com as vestes arregaçadas, atravessou o povo e precipitou-se ofegante entre os carrascos e entregou um pano a Jesus que, agradecendo-lhe, o aceitou e cobriu a nudez, cingindo-O à moda dos orientais, passando a parte mais comprida por entre as pernas e ligando-a com a outra em redor da cintura.Esse benfeitor do Divino Redentor, enviado para atender à súplica da SS. Virgem, tinha na sua impetuosidade algo de imperioso; ameaçou os carrascos com o punho e disse apenas: “Tomem cuidado de não impedir este homem de cobrir-se”. Não falou com ninguém mais e retirou-se tão rapidamente como tinha vindo.

         Era Jonadab, sobrinho de São José, da região de Belém, filho daquele irmão a quem José, depois do nascimento de Jesus, empenhara o jumento. Não era amigo declarado de Jesus; também nesse dia se tinha mantido afastado e limitara-se observar tudo de longe. Já quando ouvira contar que Jesus fora despido na flagelação, ficara muito indignado; depois, quando se aproximou a hora da crucificação, estava no Templo e sentia uma indizível angústia.


         Quando a Mãe de Jesus, no Gólgota, dirigiu o grito da alma a Deus, sentiu Jonadab de repente um impulso irresistível de correr do Tempo ao Calvário para cobrir a nudez do Senhor. Sentia na alma uma viva indignação contra o ato ignominioso de Cam, que rira da nudez de Noé, embriagado pelo vinho e sentiu-se impelido a correr, como um novo Sem, para cobrir a nudez do lagareiro. Os crucificadores eram os Camitas e Jesus pisava as uvas no lagar, para o vinho novo, quando Jonadab veio cobri-lo. Essa ação foi mais tarde recompensada, como vi e hei de contar.

Fonte: Últimas e Derradeiras Graças (texto completo)

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