IV Domingo depois da Páscoa: "Se eu não for, o Espírito consolador não virá a vós; mas eu vo-lo enviarei."(Ev.)







A liturgia de hoje louva a justiça divina, que se manifestou no triunfo do Senhor, e pela descida do Espírito Santo, que, de volta ao céu, o Senhor prometera. Deus que dera testemunho de seu filho, ressuscitando-o dos mortos, condena o mundo que o crucificou. Este testemunho brilhante da justiça divina deve-nos consolar as almas das amarguras e das dificuldades da vida presente.
Jesus abriu-nos o caminho; Ele é o caminho, a verdade e a vida. Enquanto vivermos nesta terra temos de beber sem dúvida o amargor do exílio, de amargar com a perseguição e a hostilidade dos elementos adversos, mas quando desabrochar no dia pleno e luminoso, que antevemos, a aurora que nos leva, se não olharmos para trás, para esses pedaços de noite e dia por onde passamos, havemos de sentir com certeza como foi breve o caminho e suave o sofrimento que nos conduziram a tão grande vitória.
São Tiago exorta-nos a sofrer com paciência, com paciência cristã evidentemente, as arestas e as fadigas da jornada, porque a paciência, diz o apóstolo, dá perfeição a obra, à obra da nossa santificação, e assemelha-nos a Deus "em quem não há vicissitude nem mudança".


Epístola

Leitura da Epístola de São Pedro Apóstolo (IPedr 2,11-19): Caríssimos, rogo-vos que, como estrangeiros e peregrinos, vos abstenhais dos desejos da carne, que combatem contra a alma. Comportai-vos nobremente entre os pagãos. Assim, naquilo em que vos caluniam como malfeitores, chegarão, considerando vossas boas obras, a glorificar a Deus no dia em que ele os visitar. Por amor do Senhor, sede submissos, pois, a toda autoridade humana, quer ao rei como a soberano, quer aos governadores como enviados por ele para castigo dos malfeitores e para favorecer as pessoas honestas. Porque esta é a vontade de Deus que, praticando o bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos. Comportai-vos como homens livres, e não à maneira dos que tomam a liberdade como véu para encobrir a malícia, mas vivendo como servos de Deus. Sede educados para com todos, amai os irmãos, temei a Deus, respeitai o rei. Servos, sede obedientes aos senhores com todo o respeito, não só aos bons e moderados, mas também aos de caráter difícil. Com efeito, é coisa agradável a Deus sofrer contrariedades e padecer injustamente, por motivo de consciência para com Deus. 
Evangelho de Domingo:

Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo Segundo São João (16, 16-22): Naquele tempo: Disse Jesus a seus discípulos:
Agora vou para aquele que me enviou, e ninguém de vós me pergunta: Para onde vais?
Mas porque vos falei assim, a tristeza encheu o vosso coração.
Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei.
E, quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo.
Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim.
Ele o convencerá a respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis; ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado. Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.

Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960.

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