III Domingo depois da Páscoa: "Ainda mais um tempo e não me vereis mais" (Ev.)





A santa Igreja, cheia ainda das alegrias da Páscoa, irrompe num cântico de júbilo e proclama a glória de Deus. "Ainda mais um pouco, disse Jesus no cenáculo, e não me vereis; havereis de chorar então e de vos lamentar. E mais um pouco ainda, e ver-me-eis de novo e o vosso coração se alegrará."

Os apóstolos sentiram de feito esta alegria iluminante, de que transborda a liturgia pascal, ao comtemplar de novo a carne e as feições do Amigo e do Mestre ressuscitado.
A páscoa da terra é a preparação e a representação da Páscoa eterna, da Páscoa das alegrias totais, de que há de partilhar a Igreja depois de dará luz no exílio e na dor os que foram marcados na fronte com o sinete da vida. Esta alegria já começa aqui na terra, começa na esperança, spe gaudentes, e por aquela presença de Cristo, invisível mas real, que prometeu aos que buscam.

Peregrinos e estrangeiros que vamos a caminho do céu, animemo-nos daquela alegria cristã a qual nos leva até Deus, o qual nos virá em auxílio e conduzirá ao término da viagem à vitória. Que a luz de Cristo ressuscitado nos ilumine a todos.

Epístola

Leitura da Epístola de São Pedro Apóstolo aos (IPedr 2,11-19). Caríssimos: rogo-vos que, como estrangeiros e peregrinos, vos abstenhais dos desejos da carne, que combatem contra a alma. Comportai-vos nobremente entre os pagãos. Assim, naquilo em que vos caluniam como malfeitores, chegarão, considerando vossas boas obras, a glorificar a Deus no dia em que ele os visitar. Por amor do Senhor, sede submissos, pois, a toda autoridade humana, quer ao rei como a soberano, quer aos governadores como enviados por ele para castigo dos malfeitores e para favorecer as pessoas honestas.  Porque esta é a vontade de Deus que, praticando o bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos. Comportai-vos como homens livres, e não à maneira dos que tomam a liberdade como véu para encobrir a malícia, mas vivendo como servos de Deus. Sede educados para com todos, amai os irmãos, temei a Deus, respeitai o rei. Servos, sede obedientes aos senhores com todo o respeito, não só aos bons e moderados, mas também aos de caráter difícil. Com efeito, é coisa agradável a Deus sofrer contrariedades e padecer injustamente, por motivo de consciência para com Deus. 

Evangelho de Domingo:


Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo Segundo São João (16, 16-22): Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: Ainda um pouco de tempo, e já me não vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver, porque vou para junto do Pai. Nisso alguns dos seus discípulos perguntavam uns aos outros: Que é isso que ele nos diz: Ainda um pouco de tempo, e não me vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver? E que significa também: Eu vou para o Pai? Diziam então: Que significa este pouco de tempo de que fala? Não sabemos o que ele quer dizer. Jesus notou que lho queriam perguntar e disse-lhes: Perguntais uns aos outros acerca do que eu disse: Ainda um pouco de tempo, e não me vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver. Em verdade, em verdade vos digo: haveis de lamentar e chorar, mas o mundo se há de alegrar. E haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza se há de transformar em alegria. Quando a mulher está para dar à luz, sofre porque veio a sua hora. Mas, depois que deu à luz a criança, já não se lembra da aflição, por causa da alegria que sente de haver nascido um homem no mundo. Assim também vós: sem dúvida, agora estais tristes, mas hei de ver-vos outra vez, e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria.

Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960.

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