IV Domingo Depois da Epifania. “Jesus impera aos ventos e ao Mar”. (Ev.)



O Evangelho deste domingo e do anterior foram retirados do mesmo evangelho de São Mateus. Jesus manifesta a sua realeza e sua divindade imperando aos ventos e ao mar; e o evangelho, para revelar a importância do fato, põe em contraste a agitação furiosa das vagas com a tranqüilidade que depois se seguiu. Mas é no seio da Igreja e no domínio íntimo das consciências que se verifica sobretudo a realeza de Cristo. Por isso os padres viram no vento ruidoso da procela o símbolo de satanás que levanta as tempestades de perseguição contra os santos, e no mar tumultuoso, as paixões e as maldades dos homens que não cessam de promover na terra o ódio e a violação da lei de Deus. Na Igreja de Cristo ao contrário, é a grande lei da caridade que regula e harmoniza todos os membros, porque se os três primeiros preceitos do Decálogo nos impõem o amor de Deus, perfeito e absoluto, os últimos sete obrigam-nos, como conseqüência lógica, ao amor de todos os homens, Na Epifania Jesus revê-la se aos homens como filho de Deus e dar-lhes a faculdade de participar nos privilégios e na realeza do seu corpo místico, se o quiserem o reconhecer como tal e aceitar como Chefe e Cabeça. Todos os cristãos, com efeito, constituem um corpo só em que Jesus é a Cabeça, e todos se devem por conseguinte amar com aquele amor que dedicam em intensidade e pureza ao próprio Jesus Cristo. Aquela barca frágil que voga tranqüila entre as vagas, é a Igreja de Deus que vai conduzindo através da tempestade dos séculos a divindade de Cristo. E à proteção do Salvador, que leva dentro de si, deve o milagre de não deve desnortear aos assaltos das vagas.



Leitura da Epístola de São Paulo aos Romanos. Irmãos: A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco; porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei. Pois os preceitos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e ainda outros mandamentos que existam, eles se resumem nestas palavras: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei.



Continuação do Santo Evangelho segundo São Mateus. Naquele tempo: Subiu ele a uma barca com seus discípulos. De repente, desencadeou-se sobre o mar uma tempestade tão grande, que as ondas cobriam a barca. Ele, no entanto, dormia. Os discípulos achegaram-se a ele e o acordaram, dizendo: Senhor, salva-nos, nós perecemos! E Jesus perguntou: Por que este medo, gente de pouca fé? Então, levantando-se, deu ordens aos ventos e ao mar, e fez-se uma grande calmaria. Admirados, diziam: Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem?



Fonte: (Missal Cotidiano e Vesperal por Dom Gaspar Lefebvre Beneditino da Abadia de Santo Andre – 1950)

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